sexta-feira, fevereiro 10, 2006

almas que se tocam


quando somos um
o coração é pleno de espaços
um rio corre-nos pelos braços
e a música das esferas
é a harmonia de estarmos ambíguos
na sintonia que acalma as esperas
as sedes e as inquietações
quando o tempo
é uma ponte
temos em nós a fonte
que resgata o cosmos do nada
no instante e da agonia
do amor ter que ser cumprido
e nos meus cabelos a madrugada
do teu hálito distante
semeia ecos do tempo do olvido
e tudo é cortante
a água duma fonte
o que está para lá do manto da noite
a saudade
e a morte é o reverso do silêncio

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