sexta-feira, outubro 21, 2005

perene idade


perene só a brisa
que sopra na dança suave dos teus cabelos
quando a tarde vem
à beira mar
só a vertigem do voo
dentro e fora do que há
como quem parte
e leva agarradas às suas asas
de líquen e olhar que quer ver
todas as coisas que são belas
perenes
os brilhos da água que se dá
na chuva dos séculos
que habita o interior dos caracóis
que na nossa infância
nos mostram que o sol é importante
e só quem não tem
a criança que foi
enforcada nas traves secas
do adulto que é
é que vê
é que sente
a dança suave dos seus cabelos
e a tarde
e o mar a fazer lonjura bem dentro da alma
e a insuportável importância do sol

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