sábado, novembro 19, 2005

allegro maestoso


quantos céus trago dentro de mim
travo de infinito e ferida de estar aqui
quantas nuvens de brancura intocada
quantas melodias da vida ser só o que se dá
é uma vertigem os sonhos alados as mãos em chama
e quão grande a pequenez de ser com os pássaros de haver tempo
imensidade a florir no interior de nada querer
quanta força que mal se sente
no longe percute o som das gotas das lágrimas do desejo
a fenda de ter nascido
quantos oceanos engole minuto a minuto
é insaciável
traz aromas de outras praias de depois da ida
e é uma boca de espanto a cantar o caos da harmonia
e quero cavalgar o corcel de haver tristeza no rebordo do sol ausente
rumo ao sem fim que me habita
sombra que se apega às paredes de querer ser mais
fazendo tardes de ontem na esperança que se me acendeu no peito

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