sábado, outubro 22, 2005

longitude



dias de espera
as pregas do manto da tempestade
de estarmos aqui
ao de leve
tocado pelo vento norte
e as ânsias do sul
do outro lado
um rumor longínquo
rumos de perdição
perdidos de nós
sem pressa
sem calma
dias de estar com as velas recolhidas
porque o vento é de abismo e telhados com musgo seco
e o azul
semeia inquietação
e nas asas dos pássaros nas entranhas da terra
a voz do futuro é feita de pulsos latejantes de silêncio e frio cortante
ao longe
as pedras da calçada estão vivas de sonhos pisados e rumos desfeitos
é a ressaca da esperança
a ausência de inquietação
e as vidas continuam
na deriva que leva à margem do esquecimento

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